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terça-feira, 2 de outubro de 2012
Catastrofes... A terra sobreviverá?
As cidades paulistas de
Campinas e Itabira foram surpreendidas com a queda de duas pedras de gelo,
uma em cada lugar, respectivamente nos dias 11 e 15 do mês de julho
deste ano. A de Campinas media 0,5 m3 e caiu sobre o telhado do almoxarifado
da Mercedes-Benz, abrindo um buraco de quase 3 metros de diâmetro.
A de Itabira era um pouco menor e caiu num terreno vazio. Ainda não
se tem notícia do resultado final das análises feitas com
objetivo de definir a origem do material. Seria gelo formado nas altas
camadas de nossa atmosfera? Ou quem sabe nas asas de algum avião?
Poderiam ser restos de algum cometa? Independentemente do resultado conclusivo
das pesquisas sobre este caso, queremos é introduzir a idéia
de que não estamos livres de uma catástrofe que possa ter
origem no impacto de um objeto cósmico com a Terra. Em 1994, o cometa
Shoemaker-Levy, dividido em vários pedaços, chocou-se com
o planeta Júpiter. E se isto tivesse ocorrido com a Terra? O que
teria acontecido? Nos últimos meses, a NASA (agência espacial
dos EUA) confirmou a descoberta de muitos blocos de gelo penetrando nossa
atmosfera superior, os quais estariam se desintegrando ainda em grandes
altitudes. As imagens de satélites que mostram tais objetos foram
apresentadas em maio deste ano na reunião da União Americana
de Geofísica, nos Estados Unidos, por Louis Frank - físico
da Universidade de Iowa, o qual estima em seus estudos que um grande número
de blocos de gelo, que alguns têm chamado de minicometas, penetra
em nossa atmosfera a uma taxa média de 20 por minuto (seriam 10
milhões por ano). Portanto, parece viável admitir-se que
a Terra venha a sofrer, de tempos em tempos, o impacto de algum objeto
cósmico de grandes dimensões. Em 1849, por exemplo, um grande
pedaço de gelo, de mais ou menos 6 metros de diâmetro, caiu
em Bulwick - Reino Unido; e na Índia, no final do século
18, caiu um outro que, de tão grande, levou três dias para
derreter. Não estamos querendo profetizar o fim do mundo nesta época
de virada do milênio, mas refletir sobre a idéia de que catástrofes
fazem parte natural desta grande engrenagem cósmica. E a Terra faz
parte desta engrenagem como uma peça muito pequena e frágil
diante de bilhões, trilhões... de muitas outras. Muitas têm
sido as descobertas que nos levam a crer na normalidade das catástrofes
cósmicas. Recentemente, tivemos na mídia a notícia
de que a NASA tem catalogados cerca de 200 asteróides que cruzam
a órbita terrestre regularmente, acreditando alguns cientistas que
este número possa chegar a 2 mil. Foi descoberto também um
asteróide, que leva o n° 3753, com mais ou menos 5 km de diâmetro,
que acompanha o movimento de revolução da Terra em torno
do Sol, indo à frente de nosso planeta, aproximando-se e distanciando-se.
Uma das hipóteses da origem da Lua, a mais aceita atualmente, diz
que nosso satélite formou-se devido à colisão de um
outro astro do tamanho de Marte com nosso planeta, isto há mais
ou menos 4,5 bilhões de anos. Astrônomos americanos anunciaram
há pouco tempo que os anéis de poeira que circulam o planeta
Netuno poderiam ser restos de uma de suas luas que teria sido destruída
pelo impacto de um grande cometa. E com a ajuda do telescópio Hubble
foi vista uma cratera de 450 km de diâmetro no asteróide Vesta,
que faz parte do anel de asteróides que fica entre Marte e Júpiter.
E é interessante observar que este asteróide tem apenas 525
km de diâmetro. Proporcionalmente, a cratera é enorme, e deve
ter sido originada pelo impacto de outros objetos. Hermes, um outro asteróide,
passou nas proximidades da Terra no dia 31 de outubro de 1937 (a apenas
780 mil km). O fim do mundo chegou a ser anunciado nesta época.
Logo depois, Jorge Assis Valente (1910-1958), compositor baiano, fez a
música de carnaval "E o mundo não se acabou". Outro astro
desta natureza chamado Asclepius, que tem 800 metros de diâmetro,
passou raspando à Terra no dia 22 de março de 1989: 690 mil
km (apenas o dobro da distância Terra-Lua). Na manhã do dia
13 de agosto de 1930, muitas pessoas no oeste do Amazonas, região
do rio Curuçá, pensaram que o fim do mundo estava chegando.
Bolas de fogo atravessaram o céu e sumiram sob o som de forte trovão.
Ondas sísmicas foram registradas em aparelhos de países vizinhos
naquele dia. Imagens feitas pelo satélite Landsat e pesquisas "in
loco" desenvolvidas por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
a partir da década de 80, além da busca de documentos que
comprovem os relatos do frade capuchinho Fedele da Alviano (1885-1956)
- que teria publicado uma matéria sobre o fenômeno num jornal
do Vaticano em 1° de março de 1931, vêm confirmando este
acontecimento. Em 30 de junho de 1908 ocorreu algo semelhante na Rússia,
na região do rio Tunguska Médio, sendo que as marcas de destruição
são muito mais evidentes que aquelas deixadas no Amazonas. Num raio
de mais ou menos 30 km as árvores foram destruídas, sendo
que uma claridade tão forte permitia que se lesse na escuridão
da noite. Dentre muitas hipóteses para a origem do fenômeno,
inclusive queda de nave extraterrestre, a que supõe a queda de um
núcleo de cometa tem sido bem aceita. Foi um acontecimento tão
extraordinário que até hoje ainda estão sendo feitas
pesquisas e há muitas controvérsias quanto à origem
do fenômeno. Em 12 de fevereiro de 1947, a Rússia foi sacudida
por outro acontecimento semelhante, só que agora na região
de Sikhote-Alin, aproximadamente entre Vladivostok e Khabarovsk. Testemunhas
oculares disseram que naquela manhã o objeto que rasgava a atmosfera
era mais brilhante que o Sol. O fenômeno foi observado num raio de
mais ou menos 400 km, tendo sido ouvido também forte barulho. Algumas
pessoas entrevistadas pensavam tratar-se de uma bomba atômica dos
americanos, pois há pouco tempo atrás havia ocorrido a triste
tragédia de Hiroshima. E não podemos esquecer do espetacular
impacto de um bólido de mais ou menos 20 km de diâmetro que
deve ter levado à extinção os dinossauros e grande
parte da vida existente na Terra há 65 milhões de anos atrás.
Crateras de impacto têm sido descobertas por toda a superfície
terrestre, comprovando que nosso planeta, tal como os demais astros do
sistema solar, vem sendo bombardeado periodicamente por meteoróides.
Algumas dessas evidências são: Barringer Meteor Crater, no
Arizona, Estados Unidos, com 1,186 km de diâmetro e localizada a
35°02’N e 111°01’W; Chicxulub, Península de Yucatan, México,
com 300 km de diâmetro e localizada a 21°20’N e 89°30’W -
que está relacionada ao bólido de 10 a 20 km de diâmetro
responsável pela extinção dos dinossauros e grande
parte do biogênero há 65 milhões de anos; Aorounga,
no Chade, África, com 17 km de diâmetro e localizada a 19°06’N
e 19°15’E; Wolfe Creek, Austrália, com diâmetro de 0,875
km e localizada a 19°18’S e 127°46’E; Roter Kamm, Namíbia
Ocidental, na África, com 2,5 km de diâmetro e localizada
a 27°46’S e 16°18’E; Mistastin Lake, Canadá, com 28 km de
diâmetro e localizada a 55°53’N e 63°18’W; Manicougan, no
Quebec, Canadá, com 100 km de diâmetro e localizada a 51°23’N
e 68°42’W; Clearwater Lakes, no Quebec, Canadá - são
duas crateras, uma com 32 km e a outra com 22 km de diâmetro, localizadas
a 56°13’N e 74°30’W; Deep Bay, em Saskatchewan, Canadá,
com 13 km de diâmetro e localizada a 56°24’N e 102°59’W;
Bosumtwi, em Gana, África, com 10,5 km de diâmetro e localizada
a 06°32’N e 01°25’W; Gosses Bluff, Austrália, com 22 km
de diâmetro e localizada a 23°50’S e 132°19’E; Kara-Kul,
no Tajikistan, com 45 km de diâmetro e localizada a 38°57’N e
73°24’E. Finalizando, podemos dizer que não há nada de
extraordinário com as catástrofes pelas quais nosso planeta
já passou. Elas fazem parte da rotina do universo. Em 1994, uma
equipe de astrônomos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido,
verificou evidências de que nossa galáxia, a Via-Láctea,
é uma "canibal cósmica", ou seja, está engolindo e
despedaçando outras menores que ela. Portanto, nascimento, vida
e morte fazem parte do jogo universal. Está nas mãos do ser
humano a proteção e salvação deste nosso pequeno
planeta. Vamos torcer para que o homem não se antecipe à
natureza e destrua, ele próprio, a sua morada universal.
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